sábado, 17 de novembro de 2007

Homem-bomba


Os homens-bomba, como se sabe, enfrentam um longo treinamento antes de partirem para sua missão. Passam por testes físicos e psicológicos, coisa fina. Nos intervalos das "aulas" a que frequentam, provavelmente devem conversar sobre quem já passou pela experiência e que já está do lado de lá da vida, com suas dezenas de virgens que a tradição promete, como prêmio (deve ser por isso que não há mulheres-bomba).



Pois bem, o estudo para concursos públicos ou vestibular é a mesmíssima coisa. Nós, os aspirantes, vemos a aprovação como a passagem para o céu. Uma vez superada a prova, todas as privações serão compensadas. No dia da posse, enxugarão nossas lágrimas: as primeiras cousas já passaram.



É o paraíso similar ao muçulmano. Com uma diferença crucial: o ingresso aos campos de Alá é muito mais... fácil.


Qualquer analfabeto aciona uma bomba. Por outro lado, passar nas diversas fases de um concurso público requer uma preparação mais elaborada, digamos.


Coloquem um fanático extremista para fazer a primeira fase do Itamaraty, por exemplo. Não lhe vai adiantar espernear e apontar a AK-47 contra os mesários. O único caminho é acertar a maior parte das questões. ]


E se colar é eliminado automaticamente do concurso.


Claro, não acreditarei se me disserem que há uma virgem sequer lá no dia da posse.

Um comentário:

Dra. Tormenta disse...

Querido Gustavo, gostei da comparação...
Acho que você está falando de sacrificar a própria vida por uma causa muito pessoal...
Isso é muito nobre!
Parabéns pelo seu esforço!
Pela sua dedicação...
Só tome cuidado para não se explodir, tá?!
Obrigada por sua presença constante no meu blog.
Beijo grande!