quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Já que estão todos falando em filmes...




e que eu estou sem sono, vou relatar à posteridade o que eu vi com minha namorada e 10 anos de atraso: Truman Show, com o Jim Carrey num papel sério, falando também sobre transformar pessoas em coisas - vide o polêmico e popular post "vc é pegável" (usei quase todos os P disponíveis no blog)...

Depois vimos "Meu Nome Não É Johnny", sobre um sujeito que teve uma segunda chance - ah, se ele fosse preto/pobre... (agora sim acabou o estoque de P - vou usar B no lugar) só teria a biedade de sua querida mãe - algo em comum com "Cazuza o Tempo Não Bára".

Breciso ver o Blindness, só bra dizer que li e vi.
Vou dormir, agora acho que pego no sono - não tenho ações na bolsa...

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

"Você é pegável?"


Essa é a pergunta que uma revista de para adolescentes faz a suas leitoras, num daqueles testes geniais típicos de revistas femininas.


Se vc tiver um bom desempenho no teste, é porque vc é pegável. Ser pegável, por incrível que pareça, é uma coisa positiva.


Isso é simplesmente bizarro, porque essa expressão,"pegável", é uma das formas mais machistas com que um menino pode se referir a uma menina, hj em dia.


Pois é: quando um garoto diz que quer "pegar" uma menina, significa que ele a encara apenas como uma coisa, uma caça.


Ao contar para o amigo que "pegou" fulana, o garoto a coloca voluntariamente em um patamar inferior ao status masculino, quase no mesmo nível de um animal de estimação -na verdade, um pouco abaixo... na melhor das hipóteses, no mesmo nível de um troféu.


Aí vem a p***** da revista e fala que é legal ser pegada, ser tratada como uma coisa, um objeto... como conseqüência, a menina que não se sujeita a ser algo em vez de alguém está por fora...


...


Ok, tenho que reconhecer que pelo menos as meninas de 12, 13, 14 anos já podem aprender cedo qual o seu papel na sociedade, tradicionalmente conservado de geração em geração: serem pegadas até expirar o prazo de validade, quando darão lugar a outras meninas saindo do forno...

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

The Hero - a tale - part 2!!!




I must finish this story, but I can't find the time... ok, let's try to do it now!

First of all, I must say that I made a huge mistake! I told that I saw blood on the ground, after the dog ran toward our hero. But I was looking inside the wrong story: the Tom's, the Tomato Kid! In fabiano Roberto's tale there was no blood at all! I'm really sorry.

Actually, our hero didn't need to hurt anybody or himself: he just kicked the mad dog in the ass once. Just it. The beast cried like a baby and ran away like a mouse...

Nobody believed that Fabiano Roberto saved a boy's life. But the kid was precise: a dog came in his dirction; fortunately, the hero scared the dog.

All in the neighbourhood congratulated him - no one would say that Fabiano Roberto was even able to take care of himself.

But, sometimes, we have to pay no attention to what people say about us. We have to get rid fo the labels they put on us, and run after our fate, our nature.

After all, who cares if the dog was a Chihuahua?

The story has lots of other stories inside of it: love, passion, spies, greed, hatred and dance. Someday I tell the rest...

segunda-feira, 21 de julho de 2008

The Hero - a tale - part 1


Today I start to tell you guys an amazing story. It's about heroism.
Fabiano Roberto is the name of our hero. No, he is not Hector, Achilles or Superman. Either he is greek, american or french.
Actually, he was born in comfortable home of São Paulo, not a nice place for heroes to be. You know, heroes are supposed to have beautiful scenarios behind them, like New York, for example.
Thinking twice, it seems that he had not the profile of a hero.


Still he was a hero. Well, I'm not quite sure anymore... At least, he was predestined for it - otherwise, Destiny wouldn't put him near that 8-year-old-kid when that furious dog broke through across the street, roaring like an helicopter and showing his collection of big teeth.
And there was no more than few seconds to do something to stop the monster.
Ok, he doesn't look like a hero, with his dumb expression on the face... and Destiny sometimes have a strange sense of humor... I might have commited a mistake, maybe he is not a hero (or is he?).
Well, i-if he is going to do something brave, he must do it fast, I can almost see the corpse of that little child!...
OH MY GOD!, THERE IS BLOOD ON THE GROUND! A DARK-RED PUDDLE!
(to be continued)


quinta-feira, 29 de maio de 2008

Keys




Nowadays I'm on third stage of the diplomatic carreer's contest. Though I'm already satisfied, an approbation wouldn´t be that bad...

It will be interesting to read this post in the future, when I will be approved - don't know how long it is going to take. All I know is I'm going to miss these days - despite São Paulo FC has been beaten by Fluminense in Libertadores Cup!

This times are also unforgetable because many things start to make sense now. Important things. For example: why I'm crazy. Why I don't like spicy food, except for mexican food. Why my hair has been falling, but I don't get bald (yet). And because of REALLY important things make sense also, wich I won't describe here...
The theme song of the moment is Fotografia, by genial Tom Jobim:
Eu, você, nós dois
Aqui neste terraço à beira-mar
O sol já vai caindo e o seu olhar
Parece acompanhar a cor do mar
Você tem que ir embora
A tarde cai
Em cores se desfaz,
Escureceu
O sol caiu no mar
E aquela luz
Lá em baixo se acendeu...
Você e eu
Eu, você, nós dois
Sozinhos neste bar à meia-luz
E uma grande lua saiu do mar
Parece que este bar já vai fechar
E há sempre uma canção
Para contar
Aquela velha história
De um desejo
Que todas as canções
Têm pra contar
E veio aquele beijo
Aquele beijo
Aquele beijo

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Acordei bemol





acordei bemol

tudo estava sustenido

sol fazia

só não fazia sentido



Esse é um poema muito legal do Paulo Leminski, um poeta curitibano falecido em 1989.


Para quem não conhece teoria musical: a expressão "bemol" significa um recuo de meio tom em dada nota. Dó bemol, por exemplo, está meio tom atrás do nota dó. "Sustenido" é o contrário: meio tom pra cima.


Se vc acorda bemol, é porque está para baixo. E se tudo está sustenido, então o mundo está soa em tom diverso do seu. Vc está em desarmonia com todo o resto, está deprê...


"Sol fazia", ou seja, tudo estava como sempre esteve (Sol astro ou sol nota musical?), tudo normal; mas, como o poeta está bemol, então não fazia sentido.


Muito legal ele utilizar essa linguagem da teoria musical para descrever sentimentos, até porque a música faz isso mesmo: expressa por sons o que não conseguimos expressar com palavras.


Gosto muito desse poema. Não sei se algum entendido de poesia acha bom, mas eu acho demais...

sexta-feira, 18 de abril de 2008

?


Será que se, em lugar da menina de 5 anos Isabella, morrer misteriosamente algum pretinho na periferia (só uma hipótese), a polícia e o Ministério Público vão dar a mesma atenção para o caso? Vão mandar peritos no local do crime? Vão fechar a delegacia à toda a população, só para tomar o depoimento do pai da vítima?


A imprensa, claro, não mandaria helicópteros sobrevoarem o suposto barraco onde o suposto menino supostamente morreu, porque os urubus da mídia só rapinam o que for notícia. E um garoto pobre morrendo na favela não é mais notícia nesse país faz tempo.


E a condenação sumária dos suspeitos? A prisão temporária do casal de meros suspeitos foi uma aberração jurídica. Culpados ou não, isso será decidido no processo, e não no curso de um inquérito policial ainda inconcluso. Na verdade, pouco importa se não mataram a menina, já estão perpetuamente estigmatizados pelos jornais e pelo promotor público (público?).


Essa história tem trazido à tona mais horrores do que o inquérito policial pode revelar.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Drummond na prova




Fiz a prova da segunda fase do Concurso de Admissão para a Carreira Diplomática. Foi muuuito difícil. Não sei se deu, mas tudo bem, estou feliz onde estou e com quem estou.


A redação era sobre um poema de Drummond, "Legado":


Que lembrança darei ao país que me deu
tudo que lembro e sei, tudo quanto senti?
Na noite do sem-fim, breve o tempo esqueceu
minha incerta medalha, e a meu nome se ri.

E mereço esperar mais do que os outros, eu?
Tu não me enganas, mundo, e não te engano a ti.
Esses monstros atuais, não os cativa Orfeu,
a vagar, taciturno, entre o talvez e o se.

Não deixarei de mim nenhum canto radioso,
uma voz matinal palpitando na bruma
e que arranque de alguém o mais secreto espinho.

De tudo quanto foi meu passo caprichoso
na vida, restará, pois o resto se esfuma,
uma pedra que havia em meio do caminho.


Sim, era uma redação sobre esse poema. Gastei a maior parte do tempo tentando decifrá-lo. Os versos 7 e 8 não entendi ainda, nem sei se um dia vou entender. Mas tô feliz!

terça-feira, 25 de março de 2008

YEAH!!


Ainda não tenho nada nas mãos. Ainda moro em São Paulo, de onde pouco saí desde meu nascimento, quando ainda nem existia o Atari. Não tenho condição ainda para ingressar na carreira diplomática.


Mas, contra os meus prognósticos, o bom senso, os búzios e tudo mais, passei para a segunda fase do concurso!!!!!! Não sei quantas exclamações bastariam para expressar o contentamento!!!!



Como a segunda fase será em 30 de março, e já estamos no dia 25, agora vou dar uma corrida nos estudos. Até mais!

domingo, 23 de março de 2008

Indios


"Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar os seus arabutan. Uma vez um velho perguntou-me: Por que vindes vós outros, maírs e perôs (franceses e portugueses) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra? Respondi que tínhamos muita, mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele o supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas.


Retrucou o velho imediatamente: E porventura precisais de muitos? - Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados. - Ah! retrucou o selvagem, tu me contas maravilhas, acrescentando depois de bem compreender o que eu dissera: Mas esse homem tão rico de que me falas não morre? - Sim, disse eu, morre como os outros.


Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: E quando morrem para quem fica o que deixam? - Para seus filhos se os têm, respondi; na falta destes para os irmãos ou parentes mais próximos. - Na verdade, continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos, como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutriu suficiente para para alimentá-los também? Temos pais, mães e filhos a quem amamos; mas estamos certos de que depois da nossa morte a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados" (diálogo entre índio e colono europeu no início da colonização, no século XV, citado em "O Povo Brasileiro", de Darcy Ribeiro, 2a. edição, São Paulo, Cia. das Letras, 1995, p. 46).
"Quem me dera, ao menos uma vez
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante."
("Indios", Legião Urbana)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Groucho Marx' words of wisdom


"Those are my principles. If you don't like them I have others. "



"Here's to our wives and girlfriends...may they never meet! "



"Anyone who says he can see through women is missing a lot. "



"I was married by a judge. I should have asked for a jury."



"Man does not control his own fate. The women in his life do that for him."

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Metrô



Metrô de São Paulo. As pessoas amontoam-se na plataforma, como de costume empurrando-se, impacientes com a demora de 105 segundos entre um trem e outro.


Quando as portas do vagão se abrem, a agressividade ainda potencial se realiza, e os empurrões, não raro, involuem para cotoveladas, e chutes.


Nessa terça-feira, aconteceu o previsível: um idoso foi arremessado aos trilhos pela multidão. Ainda foi atropelado pela composição!, mas foi socorrido com vida.


Comentava o fato com minha namorada quando entramos no elevador com uma moça que, simpática à sua maneira, puxou conversa, contando que foi vítima da paralisia do metrô causada pelo incidente. "Acho que ele morreu, mas se não tivesse morrido, eu teria descido nos trilhos e matado" contou, encantada com a própria presença de espírito.


A indiferença moderna se desenvolve a tal ponto que entre a vida do outro e uns minutos de espera pelo trem, a escolha não enseja mais maior reflexão - não se economiza tempo para gastá-lo com reflexões.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Bem-aventurança


"Pondo-se no encalço de sua bem-aventurança, você se coloca numa espécie de trilha que esteve aí o tempo todo, à sua espera, e a vida que você tem de viver é essa mesma que você está vivendo. Onde quer que esteja - se estiver no encalço da sua bem-aventurança, estará desfrutando aquele frescor, aquela vida intensa dentro de você, o tempo todo" (Joseph Campbell, O poder do Mito, São Paulo, 2007, Ed. Palas Athena, p. 99).